Mal vejo os dedos e no entanto vejo-o ali, esvoaçante, junto a um conto antigo que se desnuda conforme a noite avança na sua concava natureza, por esta esfera
***
Desvendado o firmamento, um risco lunar timidamente esboçado, cortante o seu fulgor enquanto rasga as frias trevas da noite, rapidamente se passou para além de meu horizonte.
( horizonte? O horizonte é algo que nos transcende, como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e se torna
mutável ). **
Olho para cima e ei-lo, o Pégaso esvoaçante, móvel porque me mexo, mesmo que aqui parada aparento estar.
Parada entre as sobras das sombras que se criam e se desfazem a cada instante enquanto tomam corpo noutros mapas celestes e que no entanto me enxergam aqui como se parada no tempo pelo tempo que duro, estou.
Serei um palmo de tempo num corpo que mexe, ptolemaico, redondo, o seu som molhado e seu trajecto girante junto à chama que lhe faz anil a meus olhos quando aqui não estão. *
Pelo horizonte me meço e por ele estremeço ante o astrolábio que me concedeu o Navegador-Mor. Por vezes anda mal tratado, caindo ao chão como um qualquer par de óculos que me esqueço de usar… Encontro-o quando o penso perdido, no olhar do cão que encosta o seu nariz ao meu, numa voz vizinha que me chama e me pede um chocolate quente, noutra que se propõe a cortar-me os longos cabelos ou numa criança, rabina, que não entende a razão que o cavalinho que montara num supermercado e que muda de cores – parou. Ele tem uma capacidade em me surpreender, como quem diz – ”Estou aqui, sua tonta”. Perdoa-me os meus defeitos, o nónio foi feito por uma matemática sem a mácula.
Mal vejo os dedos e no entanto vejo-o ali, esvoaçante, junto a um conto antigo que se desnuda conforme a noite avança na sua natureza concava desta esfera. ***
Dal Segno (𝄋) al Codetta (⊕) & / al Coda (⊗ )
|:
***(:| |:)
𝄋
- – conforme a noite nesta esfera avança, concava na sua natureza
- – conforme a noite, na sua natureza concava ( , ) nesta esfera, avança
- – conforme avança na noite concava desta esfera
- – conforme a natureza concava da noite avança
- – conforme a noite avança, concava
- – conforme a noite avança
- – conforme a noite
*** (:| or |: & :|)
***(alt. 1º⌋ & ⌊2º ending to repeat signs – or – straight 1x repetition ⇑ )
(alt. – Segno ⇓ )
(𝄋)
(© the above transcript was originally writen elsewhere – Decembre 23, 2017)
(Codetta ⊕ / Coda ⊗ & DcC-Fine ∑ ) :
Agora não liguem, o que se segue são aqueles meus exercícios em modo – ”Resnais”, e também próprios de quem lida (por exemplo) com contrapontos diversos que, podem não alterar a Harmonia estructural (pelo menos de forma significativa), porém, dizem de forma especifica quando isolados coisa diferente – na mesma linha.
(-coisa de músicos, portanto, não liguem).
( ⊕ )
*** ( |: & :|)
** ( horizonte? O horizonte é algo que nos transcende, como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e (que) se (con)torna ( , )
mutável ) .
( o horizonte? O horizonte é algo que nos transcende como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e se contorna
mutável ).
( o horizonte? O horizonte é algo que nos transcende como a pele de uma maçã , ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e (que) se contorna ,
mutável ) .
( o horizonte? O horizonte é algo que nos transcende, como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e que se torna
mutável ).
( o horizonte? O horizonte é algo que nos transcende como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade que se torna
mutável ).
( o horizonte? O horizonte é algo que nos transcende como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade e se torna
mutável ).
( horizonte? O horizonte é algo que nos transcende, como a pele de uma maçã ao se percorrer o seu perímetro ou profundidade torna-se
mutável ).
( ⊗ )
(Um palmo de tempo e de som e trajecto que molhado, ptolemaico, redondo e girante – se mexe. )
*** ( |: & :|)
DcCF (the ”da Capo – fine” of the Coda) :
( ∑ )
Mal vejo os dedos e no entanto vejo-o ali, esvoaçante, junto a um conto antigo que avança conforme a noite, (por esta esfera), se desnuda na sua concava natureza.
(Mal vejo os dedos e no entanto
vejo-o ali, esvoaçante, junto a um
conto antigo que se desnuda
conforme a noite desta esfera
avança,
na sua natureza,
concava.)
- – conforme a noite nesta esfera avança, concava na sua natureza
- – conforme a noite, na sua natureza concava ( , ) nesta esfera, avança
- – conforme avança na noite concava desta esfera
- – conforme a natureza concava da noite avança
- – conforme a noite avança, concava
- – conforme a noite avança
- – conforme a noite
*** ( |: & :|)
_________________________________________________________________
(uma anotação, como lembrete para mim mesma)
-Ao contrário de uma partitura lida por um músico,
onde se seguiria pelas regras estabelecidas dessa arte,
os sinais que regê-la-ão em termos estructurais
(os da Repetição ” : ”, do Segno ” 𝄋 ” , ou os utilizados
para Codetta ” ⊕ ” e para Coda ” ⊗ ” assim como aquele
que aqui emprego para designar uma eventual componente final
de um Coda ” ∑ ” ) – servirão apenas como sugestão para
uma de duas coisas, para que se siga com a disciplina
de um músico, ou, em vez disso, com uma liberdade
interpretativa de tais símbolos como se um não músico
as estivesse a ver ou num espirito semelhante ao do
Resnais.
Fim de texto, de quem afinal não passa de uma ”interprete” e que
olha, que – continua a olhar por exemplo, um G. Steiner, com desconfiança enquanto
levanta o nariz em protesto
(e que,
teve de se apaziguar com um amado trecho de Bach).
hmmmmmm… não sei se chega, creio que preciso de mais um trecho, pois acordei com mau feitio (e isto hoje está mau) – https://www.youtube.com/watch?v=yMHMSnTQM54
.
Somewhere – between Now and the Third Versicle
(Jimi singing Dylan’s – All Along The Watchtower – arrises in my mind’s ear, in a subtle crescendo as if it were the commencement of the dawning of the sun yet be it the night)
The night falls – its winds still elude unto visions of misconceived footmen lining each front, and yet – the cricket sings.
As Babylon runs in its rivers, weeping wet, still can I not see – nor the olive groves of Galilee, nor the seas of all Being and enchantments. These most assuredly lie somewhere between now and the third versicle of the Song of Songs.
The wind shall growl, the Watchman shall sit – until the cricket leaps a perfect fifth, perhaps a minor sixth
(to a comely bass).
Somewhere Between Now And The Third Versicle
(© written elsewhere by me, Aug. 19, 2018)
(N. i. s.)
.